8ª Maratona do Porto

Jorge

E foi numa bela tarde de sábado que saímos do Entroncamento em direcção ao Porto.
Mas antes de ir até ao Porto passámos primeiro pelo local onde íamos pernoitar, um belo local com vista para o mar, já no local dirigimo-nos à recepção, para logo de seguida o recepcionista levar-nos até ao lugar onde íamos pernoitar, maravilhoso, a montagem do T2, levou 2 minutos no máximo e só faltava mesmo era encher o colchão de ar e ficaríamos bem instalados, depois de todos organizarem o local onde dormir, deslocámo-nos até ao pavilhão onde teríamos de levantar os frontais da corrida e os brindes, o frontal dava acesso à pasta party ehehehe... um esparguete à bolonhesa que foi um mimo ou a fome era muita eheheh.
Depois de comer fomos ver os stand`s de vendas que por lá se encontravam e depois fomos fazer exame à glicémia e ao colesterol, os resultados foram todos satisfatórios.
Bom e como ainda não tínhamos comido nada, fomos até ao Arrábida Shopping, procurar pelo jantar e meter a conversa em dia antes de ir para a cama.
Já no parque onde nos tínhamos instalado o frio esse fazia-se notar, nunca pensámos é que a noite arrefece-se tanto, pois íamos passar uma noite em branco devido ao frio, nunca tal me tinha acontecido em tantos anos que faço campismo foi horrivél.
Era chegada a hora de levantar, eram 6:00h, uma manhã fria para não dizer gelada, mas lá nos preparámos e fomos em direcção ao local da meta, onde iríamos deixar a carrinha e apanhar o Autocarro para a zona de partida, foi sem stress e com calma que lá nos deslocámos até à zona de partida onde viríamos encontrar muitas caras conhecidas, a hora chegava e a ansiedade era muita mas lá  nos deslocámos até à zona do pórtico e juntávamo-nos os 9 atletas do CLAC, tentámos formar grupos com os mesmos andamentos para não passarmos muito tempo a correr sozinhos e foi o que aconteceu ao dar-se o tiro de partida, o Marçal foi com o Primo, eu juntei-me com o Brito e o Mário, a Sandra com o Henrique e a Otilia com o Felicio e estava tudo acompanhado para esta Maratona.
Nós os três praticámos um ritmo que nos levaria a entrar nas 3h15m, fomos sempre juntos até ao quilómetro 27, ai eu quebrei um pouco e o Brito e o Mário fogem mas quando voltámo-nos a cruzar, o Brito ele diz-me que é para eu usar a cabeça e foi o que eu fiz ao longo de 2km e assim com este atraso viria a ser apanhado por um grupo aos 30km que ia para as 3h15m, onde vinha a Manuela Machado.
Ao passarem por mim pensei juntar-me ao grupo e consegui acompanhar e manter o ritmo e ao longo de quase 8km fomos num bom ritmo e eu já começava a pensar que ia conseguir entrar naquele tempo, mas a partir do quilómetro 38 é que começou a maratona para mim, as rótulas dos pés deixaram de aceitar certas inclinações estava com dores horríveis pois fui obrigado a parar e tentar relaxar, nessa altura aproximou-se o Brito que já o tinha ultrapassado antes pois quebrou um pouco e viria-me apanhar  perto dos quilómetros finais mas na viragem ao quilómetro 40, eu consegui novamente recuperar e ele foi-se abaixo, tentámos nos animar um ao outro, pois já faltava muito pouco e ele manda-me seguir e assim lá fui eu já em piloto automático, eheheh... até à meta, esta maratona teve um sabor maravilhoso e uma sensação que nem sei descrever, não sabia se ria se chorava ao fim de 42.195mt e com um tempo de 3h24m que para mim foi surpreendente e nem tão pouco estava à espera.

Sandra
A minha primeira maratona,


Pois é, este ano foi a estreia nestas andanças e fui até ao Porto para fazer a minha primeira maratona.
Partimos na véspera com os restante elementos da equipa, para levantar os respectivos dorsais, conviver com o pessoal amigo, e apreciar toda aquele ambiente de verdadeiros maratonistas, tal como o Jorge já relatou no seu texto.
Depois de uma noite mal dormida, pois o nosso hotel (tenda) não tinha ar condicionado, o frio fez-se sentir com grande intensidade, mas não era só no nosso, pois dos hotéis ao lado só se ouvia o pessoal a reclamar. Resumindo ninguém pregou olho, mas pronto a noite estava passada e de manhã para aquecer valeu um bom banho de água bem quentinha.
Tomado o pequeno-almoço, tudo preparado e aí vamos nós até ao local da chegada, para depois apanhar o autocarro para o lugar da partida. Chegados ao local a primeira corrida foi até aos WC, nem vos conto a fila era enorme, mas eu e a Otília somos persistentes e não arredamos pé, enquanto observávamos os restantes colegas de equipa a bater o dente com frio, eheh.
A partida foi feita sem stress, estávamos todos os elementos da equipa juntos, com a excepção de dois que são os chamados prós que saíram mais da frente, a táctica estava mais ou menos feita, uma vez que havia vários ritmos entre nós, mas todos teríamos companhia para a prova.
A minha companhia na teoria seria o Henrique, mas na prática isso não se verificou, após a partida fomos juntos cerca de três km, a um ritmo que seria um pouco elevado para quem vai fazer 42KM, aí apanhamos o balão das 3.30H e das 03.45H, eu disse para o Henrique que ficava por ali, ele decidiu ir no ritmo que levava e foi-se… pensei agora estás por tua conta.
O ritmo ia um pouco lento e decidi ir embora, perto do quilometro 16, vou na conversa com alguns atletas acabados de conhecer, quando se ouve alguém dizer olha o grupo das 3.30H, pensei já fui caçada…, tentei seguir com eles mas olhei para o relógio o ritmo ia a 4.40, não isto é rápido e depois vais paga-las, fica um sentimento de perda, custou um pouco, mas foi melhor assim, tornei a impor o meu ritmo, e lá fui eu.
Até á primeira meia maratona foi bastante fácil, a respiração tranquila, as pernas a corresponderem bem e passo com 1.46H, penso devias passar um pouco mais lenta pois ainda faltam outros tantos, mas que lixe isto vai bem e tenho que correr para frente que atrás vem gente, como diz o velho ditado. E assim foi, os quilómetros foram passando, aproveitei todos os retornos para ver o pessoal conhecido e dar uma forcinha, pois todos nós gostamos, e faz-nos sentir muito bem, mas principalmente para ver a minha cara metade e como ele se estava a sair.
Chegando ao quilometro 30, alcanço o meu colega de equipa o Henrique, puxo por ele mas a resposta foi, vou mal talvez tenha que parar, pensei ainda bem que não fui com ele, senão estava na mesma, segui em frente com o objectivo em mente.
Perto dos 32Km a minha perna dá sinal, pois estive a semana toda em tratamento devido a uma ciática e penso, não vou ficar aqui agora não, abrando o ritmo e sigo, um atleta diz-me força agora é que começa a maratona, sigo com ele, mas logo ele fica para trás, eu sigo mais uma vez em frente. Perto do quilómetro 37, a perna voltou a dar sinal, paro no abastecimento, alongo bem e aproveito para beber água, mais uma vez penso, aqui é que não fico, já que vim é para acabar. Pé ante pé e os quilómetros foram-se fazendo, já com algumas dores, porque a partir daqui já dói tudo e a cabeça é que tem que ser o elo mais forte. Chego ao retorno no quilómetro 40, penso isto está feito eh eh, mas começo a olhar em volta só se vê pessoal, uns com cãibras, outros a andar, outros a queixar, é impressionante a capacidade de sofrimento e desculpem mas o meu pensamento foi “ chegaste até aqui, vais acabar isto com dignidade” e aí vou eu sempre a dizer a mim mesma o cansaço não te vai vencer agora, há não vai não. Logo por azar os últimos dois quilómetros são ligeiramente a subir mas parecem ser uma parede, acreditem.
Nesta fase muita gente a assistir a bater palmas e a gritar campeões, vocês são todos os campeões, quando oiço o comentário “olha vem lá em baixo balão das 03.45H”, penso agora não, nunca me apanhaste na prova toda e não vai ser agora, alarguei o passo um pouco, com sacrifico, e faço a ultima curva para a entrada da meta, penso consegui fazer uma maratona, a emoção é muita, as lágrimas tendem a chegar mas contenho-me e corto o pórtico da chegada, uma mistura de riso e emoção é sentida por todos. Á chegada tenho a minha maior força e energia à espera, o meu marido, que já tinha acabado mas não arredou pé enquanto não cheguei, Obrigado e parabéns para ti também.
Assim foram 42.195Km, efectuados em 03.45.02H